sábado, 5 de outubro de 2013

A relação entres as áreas de preservação e as populações tradionais


As Unidades de Conservação são hoje objetos de muita discussão entre a comunidade cientifica e ambientalistas de todo mundo. Afinal como devem ser demarcadas essas áreas?
Acredito que no Brasil  a maior dificuldade está relacionada ao modelo de colonização imposto pelos Europeus. A exploração dos diversos recursos naturais oferecidos e a prática de culturas como a cana-de-açúcar, café entre outras, provocou a migração de populações para todas as regiões naturais do país. Uma vez nestas regiões desenvolveram uma cultura e modos de vida próprios, sendo assim são consideradas populações tradicionais e segundo a visão socioambiental tem direito a manter as suas tradições e viver na região a qual estão adaptados. A demarcação de áreas de preservação promove a realocação destas populações que muitas vezes vivem em harmonia com a natureza e acabam privadas de seu direito de uma vida de qualidade acabando obrigadas a migrar para os centros urbanos aos quais nem sempre se adaptam. Vários pesquisadores defendem a gestão compartilhada das Unidades de Conservação, neste modelo as populações tradicionais são mantidas em seu ambiente e contribuem nas decisões relacionadas à preservação dos recursos locais
Por outro lado, há vários indícios de que muitas destas populações tenham trazido  prejuízos aos Ecossistemas dos quais participam, promovendo degradação e extinção de espécies enquanto introduzem monoculturas e praticam a caça e adestramento de animais. Muitos ambientalistas defendem a criação de áreas de preservação isoladas onde não haja influencia humana.
São duas visões diferentes na tentativa de resolver um único problema a crescente degradação de áreas naturais do nosso país. Acredito que colocar a natureza em uma “redoma” para observação tirando  estas populações de suas regiões só gera mais problemas, pois estas acabam marginalizadas ou revoltadas provocando mais degradação.
O homem é a natureza e separá-lo dela não é a solução. Conhecer os impactos gerados por estas populações e valorizar as suas contribuições abre espaço para novas formas de analisar o problema e buscar soluções que promovam o desenvolvimento sustentável das mesmas dentro das áreas de preservação

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