As
Unidades de Conservação são hoje objetos de muita discussão entre a comunidade
cientifica e ambientalistas de todo mundo. Afinal como devem ser demarcadas
essas áreas?
Acredito
que no Brasil a maior dificuldade está
relacionada ao modelo de colonização imposto pelos Europeus. A exploração dos
diversos recursos naturais oferecidos e a prática de culturas como a
cana-de-açúcar, café entre outras, provocou a migração de populações para todas
as regiões naturais do país. Uma vez nestas regiões desenvolveram uma cultura e
modos de vida próprios, sendo assim são consideradas populações tradicionais e
segundo a visão socioambiental tem direito a manter as suas tradições e viver
na região a qual estão adaptados. A demarcação de áreas de preservação promove
a realocação destas populações que muitas vezes vivem em harmonia com a
natureza e acabam privadas de seu direito de uma vida de qualidade acabando obrigadas
a migrar para os centros urbanos aos quais nem sempre se adaptam. Vários
pesquisadores defendem a gestão compartilhada das Unidades de Conservação,
neste modelo as populações tradicionais são mantidas em seu ambiente e contribuem
nas decisões relacionadas à preservação dos recursos locais
Por outro
lado, há vários indícios de que muitas destas populações tenham trazido
prejuízos aos Ecossistemas dos quais participam, promovendo degradação e
extinção de espécies enquanto introduzem monoculturas e praticam a caça e
adestramento de animais. Muitos ambientalistas defendem a criação de áreas de
preservação isoladas onde não haja influencia humana.
São duas
visões diferentes na tentativa de resolver um único problema a crescente
degradação de áreas naturais do nosso país. Acredito que colocar a natureza em
uma “redoma” para observação tirando estas populações de suas regiões só gera mais
problemas, pois estas acabam marginalizadas ou revoltadas provocando mais
degradação.
O
homem é a natureza e separá-lo dela não é a solução. Conhecer os impactos gerados
por estas populações e valorizar as suas contribuições abre espaço para novas
formas de analisar o problema e buscar soluções que promovam o desenvolvimento
sustentável das mesmas dentro das áreas de preservação
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